terça-feira, 19 de maio de 2015

MEU AMIGO DIFERENTE É ESPECIAL!!

Desenho feito pelo aluno Pablo  que está cursando o 4° ano na Escola Amélia Schemes

Pablo

Ester




Este desenho foi feito pela aluna Ester, que esta cursando o 3/º ano  na escola Amélia Schemes
Este desenho também foi feito pelo aluno Pablo de seu amigo chamado Pedro que nasceu com deficiência visual (apenas um olho).

Neste trabalho entrevistei estes alunos que possuem colegas com alguma deficiência, foi pedido para cada um desenhar seu colega como eles vêem. Após o desenho fiz uma breve entrevista com cada um deles, fiz as seguintes perguntas:
Em relação  ao primeiro desenho do amigo especial Grégori ( cadeirante)

1) Pablo, por que seu amigo é diferente?
R: Porque ele anda de cadeira de rodas!
2) Como iniciou sua amizade?
R:Conheci ele no 2/º ano no recreio da escola.
3)Como você trata seu amigo?
R:Ajudo ele nas tarefas, brinco com ele, ajudo ele jogar bola " seguro a bola pra ele jogar"..

Em relação ao seu amigo especial Pedro (deficiente visual)
1)Pablo, por que seu amigo é especial?
R: Por que ele nasceu com apenas um olho, diferente das pessoas que tem dois olhos!
2) Como iniciou a amizade?
Na sala de aula depois que a professora apresentou ele pra turma, disse que ele era especial e que todos deveriam ajudá-lo.
3)Como você trata seu amigo?
Ele é muito amigo, trato ele como os outros, brinco no recreio, ajudo nos trabalhos de grupo, todos da sala gostam do Pedro.

Da mesma forma fiz as perguntas para a aluna Ester
1) Ester, por que seu amigo é diferente?
R:Ele é diferente porque quando chegou n escola ele agredia a monitora dele chamada Josi.
2) Como iniciou sua amizade?
R:Começou na escol, no Mais Educação!
3) Como você trata seu amigo?
R:Trato ele diferente, porque ele é diferente.... "tenho mais paciência com ele"...


Foi feito também juntamente a este trabalho uma entrevista com uma profissional em inclusão!
Entrevistei a professora Adriana de Mello Danigno que  contribuiu ricamente com este trabalho!

      O QUE É INCLUSÃO ESCOLAR?

      A educação inclusiva é um processo que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos do ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e da política vivenciada nas escolas de modo que estas respondam á diversidade de alunos.  É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção de todos.
      A educação inclusiva atenta a diversidade inerente á espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em sistema regular de ensino, de form a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos.

        QUAL O PAPEL DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR?

     Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a educação inclusiva aponta para sociedade inclusiva.

        O PROCESSO DE INCLUSÃO INFLUENCIOU O SEU TRABALHO? DE QUE FORMA?
      Certamente que influencia o trabalho de todo professor que trabalha com turmas onde existam crianças com deficiências. Cada um tem suas particularidades. Vivemos uma diversidade muito grande.
     O professor deve proporcionar autonomia e ensinar para os mesmos fins: cidadão crítico e atuante na sociedade.

        COMO OS DEMAIS ALUNOS RECEBERAM O ALUNO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA? COMO É O RELACIONAMENTO ENTRE ELES?

    Entre as crianças há sempre uma disponibilidade incrível de aceitação. As crianças não discriminam seus colegas por causa de suas limitações, ao contrário, eles se ajudam e são muito solidários.
     Pela minha experiência, pude observar que as crianças recebem de forma mais pura e sem preconceitos. Já os adolescentes e os adultos intimidam-se um pouco mais no início. O professor deve sempre mediar estes relacionamentos com sensatez e referências.

       COMO TRABALHAR OS ALUNOS "COM NECESSIDADES ESPECIAIS" EM SALA DE AULA?
     
      O professor  de sala de aula comum conta com vários suportes para acrescentar no seu trabalho com as crianças que necessitam de um olhar especial. Nas escolas do município de Esteio e em muitos outros, podemos contar com as salas de recursos multifuncionais as quais estão sempre á disposição dos professores para ajudar a planejar  recursos  conforme o planejamento dos professores e as necessidades  dos alunos com deficiência.
      O professor deve planejar os mesmos  conteúdos para toda turma, porém sempre com o cuidado de privilegiar todos os alunos da turma com as aprendizagens, cada criança com suas possibilidades.
      O planejamento deve ser o mesmo, salvo possíveis adaptações no que se diz respeito  materiais de apoio diversos para uma completa aprendizagem.

        COMO FOI SEU INÍCIO COMO PROFESSORA DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA?

 Sempre tive nas minhas turmas alunos com deficiências, sou uma pessoa que acredita muito na inclusão como um processo de humanização e ricas experiências para todos, tanto alunos como principalmente para o professor. Daí como professora de sala de recursos foi um convite que me foi feito e eu aceitei prontamente, amo o que faço e aposto muito na inclusão. Reconhecer e respeitar diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade,  classe social, estado de saúde ou outras condições é uma obrigação dos professores e escola em geral.

        QUAL FOI A MAIOR DIFICULDADE OU BEM MARCANTE, NA SUA TRAJETÓRIA COMO PROFESSORA?

    Desde que resolvi trabalhar em sala de recursos eu já sabia que minhas dificuldades não seriam as crianças, mas sim os adultos, pais, professores retrógrados, e equipes fechadas para a inclusão. Além o mais também o que me incomoda muito são as burocracias muitos preenchimentos,pareceres e pouco material disponível para o trabalho com o aluno.

         HOUVE ALGUMA MUDANÇA IMPORTANTE NA SUA VIDA PESSOAL OU  PROFISSIONAL, A PARTIR DESTA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA?

      Com certeza, todos que tem o privilégio d conviver com as diferenças seja ela qual for, sempre acrescenta em sua vida os frutos desta convivência. Ficamos mais sensíveis, prestativo e vemos a vida de uma forma mais leve e alegre.

        VOCÊ ACREDITA NA INCLUSÃO? POR QUE?

      Acredito em partes, já que acho que estamos apenas engatinhando. É um questão muito complexa e, do meu ponto de vista, tem muitas falhas. Uma criança especial ( independente de sua deficiência)  precisa de vários estímulos extra escolares para que a aprendizagem se efetive. Por exemplo: Uma criança deficiente visual não aprende a ler e escrever como uma criança que enxerga. Existe um período preparatório para o Braille, essencial para sua formação futura. Depois, ela fica silábica por um bom tempo, faz exercícios repetitivos de sílabas. As estimulações não são visuais, portanto, a sala não é um ambiente estimulador, São outras necessidades.




                                                       ADRIANA DE MELLO DANIGNO
        Pedagoga, pós graduada em psicopedagogia institucional e clínica. CEMEI / Dulce Moraes e Érico Veríssimo.